Espécie endêmica do Brasil (Lohmann, 2018), com ocorrência no estado: BAHIA, município de Contendas do Sincorá (Harley 56194); ESPÍRITO SANTO, município de Afonso Claudio (Kollmann 9910), Águia Branca (Magnago 1354), Barra de São Francisco (Santos s.n.), Boa Esperança (Kollmann 11822), Colatina (Demuner 2588), Itarana (Kollmann 4344), Mantenópolis (Kollmann 12495), Marilândia (Demuner 2601), Santa Teresa (Fontana 1536), São Roque do Canaã (Kollmann 9847), Vila Pavão (Paula 916); MINAS GERAIS, município de Além Paraíba (Gentry 49657), Jaiba (Lombardi 4444), Pedra Azul (Andrade 508), Porteirinha (Hatschbach 78441), Ponto dos Volantes (Teixeira s.n.), Teófilo Otoni (Paula 401).
Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Lohmann, 2018). Popularmente conhecida por ipê-de-flor-roxa. foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Vegetação sobre afloramentos rochosos, Caatinga (stricto sensu) e Floresta Estacional Decidual associadas a Caatinga e Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Apresenta distribuição ampla, EOO=166667 km², constante frequência de coletas depositadas em herbários, ocorrência em múltiplas fitofisionomias e presença confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Possui potencial ornamental (Jacobi et al., 2013) e uso adequado para construção civil (Lohmann, 2006). Apesar disso, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos pelo uso descrito. Assim, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (Plano de Manejo) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro.
Descrita em: Fl. Neotrop. Monogr. 25(2): 245. 1992. Popularmente conhecida por ipê de flor roxa (Lohmann, 2018).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | mature individuals,habitat | past,present,future | national | very high |
A perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A pecuária é uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes das regiões semiáridas (Antongiovanni et al., 2018) e tem provocado alterações da riqueza e composição de plantas (Marinho et al. 2016).Tal atividade também é apontada como um vetor de pressão para a flora em risco de extinção região de Grão Mogol-Francisco Sá em Minas Gerais (Maurenza et al., 2015). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2 Wood & pulp plantations | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
As florestas plantadas de Eucalyptus spp. estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, com maior área plantada, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Baesso et al., 2010). A conversão de grandes extensões territoriais no norte mineiro é um forte vetor de pressão que incide sobre a flora daquela região (Maurenza et al., 2015). No estado do Espírito Santo, segundo Siqueira et al. (2004), a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus. O Estado possui cerca de 35% de sua área com aptidão preferencial para a atividade florestal, apresentando os maiores índices mundiais de produtividade de Eucalyptus (Siqueira et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,past,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al., 2018; Marinho et al., 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). | |||||
Referências:
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Uso | Proveniência | Recurso |
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9. Construction/structural materials | natural | stalk |
A espécie possui potencial ornamental e de uso para construção civil (Lohmann, 2006). | ||
Referências:
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